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«Europa deve desistir de enviar naves tripuladas para o espaço»

Junho 19, 2008

Vera Gomes

Martin Rees critica política espacial da ESA
:: 2008-04-17


Martin Rees diz que que missões tripuladas são irrelevantes
O futuro da exploração espacial passa pela robótica avançada, miniaturização e fabricação de novos protótipos, disse ontem à BBC News Martin Rees, presidente da Royal Society. Para o especialista em Astronomia e Cosmologia da Academia Nacional de Ciências do Reino Unido, a Europa deve desistir de enviar homens e mulheres para o espaço e concentrar-se em dar novos passos na exploração espacial não tripulada.



Para Martin Rees, professor no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, continuar a gastar fundos em missões tripuladas ao espaço "não é uma forma muito boa de usar o dinheiro" e deverá continuar a ser desenvolvida pelos Estados Unidos ou pela Rússia, que têm maiores orçamentos. De acordo com o responsável, três quartos do orçamento da NASA foram gastos "em viagens à volta da terra, 35 anos depois de o homem ter pisado a Lua", disse.

Segundo a BBC News, o orçamento da NASA para este ano é de 17 mil milhões euros, enquanto que o da Agência Espacial Europeia (ESA) está previsto em 3 mil milhões de euros. Em declarações à BBC, Martin Rees disse que as missões tripuladas são actualmente "bastante irrelevantes".

"Hoje em dia as naves espaciais só são manchete quando há um desastre. Os lançamentos de rotina não são notícia", disse o responsável. Segundo Rees, o que tem potencial para atrair o público e os media são imagens como as do telescópio espacial Hubble, ou as da superfície de Marte, Júpiter ou Titã, todas obtidas através de tecnologia aplicada à robótica.

"As missões tripuladas são muito mais caras e os argumentos práticos a favor de enviar pessoas para o espaço enfraquecem a cada avanço em robótica e miniaturização", frisou Martin Rees. Segundo a BBC News, a política de exploração espacial tripulada da ESA representa até ao momento um investimento global de 5 mil milhões de euros.






Comentários
Carlos F. Oliveira, em 2008-04-18 às 17:28, disse:
Caro Alexandre Coreia, Tem toda a razão. A minha conclusão foi precisamente a favor das missões tripuladas, mas com o "disclaimer" que isso se devia a razões "românticas", "idealistas", e de "longo prazo", e não por razões puramente "científicas" ou "racionais". Deixe-me só dizer que a exploração espacial, tal como outras (veja-se o caso do telégrafo, e agora da Internet), se move fortemente por razões económicas, e não por razões puramente românticas, como muitas vezes se pensa. A exploração comercial do espaço está aí para durar, e é isso que não a deixa morrer. Veja-se as propostas apresentadas pelas instituições espaciais, por exemplo. A economia é um dos aspectos essenciais. Abraços.



Mello-Sampayo, V., PhD, em 2008-04-18 às 09:18, disse:
De facto o desenvolvimento económico conseguido com projectos que parecem exceder os limites do razoável é concerteza posto em dúvidas por pessoas que ainda não analisaram os benefícios conseguidos com o projecto APOLO. Só existe um caminho, desenvolver projectos visionários pois sabe-se que as vantagens em Ciência e Tecnologia conseguidas são muito importantes para o desenvolvimento do bem-estar dessas pessoas. O problema é que a Europa não sabe aproveitar os desenvolvimentos endógenos em C&T e por isso são outros espaços que os aproveitam. O caminho é incentivar o lado das vantagens económicas para o investigadores europeus do lado da aplicação dos resultados e depois dos resultados conseguidos em vez dos benefícios com os resultados do lado da Ciência. O paradigma tem que mudar rapidamente!



Alexandre Correia, em 2008-04-18 às 08:15, disse:
Caro Carlos Oliveira, do ponto de vista económico tem toda razão. Mas será que a ciência se deve mover pelos interesses do dinheiro ou pelos sonhos dos homens? Aqui há 100 anos atrás voar tambem não servia para nada, havia apenas uma meia duzia de loucos a tentar faze-lo. Não será o mesmo com os voos tripulados? Como disse uma vez Stephan Hawkings, "a humanidade não deve por os ovos todos no mesmo cesto [a Terra]", por razões que me parecem óbvias... um abraço.



Carlos Oliveira, em 2008-04-17 às 23:24, disse:
O Lord Martin Rees disse isto durante a Conferencia de Astrobiologia na Califórnia. Mas não foi o único. Vários outros, investigadores precisamente desta área, disseram a mesma coisa e apresentaram os seus argumentos. Como houve outros (como por exemplo, o também famoso Peter Ward) que apontou razões para a opinião oposta. Para dar um cunho mais pessoal, aproveito para dizer que já não estava e falava directamente com o Lord Rees há cerca de 7 anos. Continua simpático e com o mesmo sotaque britânico :) Por outro lado, também há cerca de 7 anos fiz uma pequena investigação sobre este assunto, e foi "fácil" perceber que as missões humanas são baseadas em emoção e marketing (não concordo muito com o Peter Ward e umas das razões por ele apontadas), enquanto as missões robóticas são mais rápidas, mais simples, mais económicas, com menos problemas "humanos" e mais baseadas na razão.



in: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=26076&op=all

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