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Astropolítica

"Se se pudessem interrogar as estrelas perguntar-lhes-ia se as maçam mais os astrónomos ou os poetas." Pitigrilli

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Viagem do astronauta brasileiro ajuda tecnologia do Brasil

Abril 11, 2006

Vera Gomes

A viagem do oficial da Força Aérea brasileira Marcos Pontes à Estação Espacial Internacional (ISS) dá visibilidade ao programa espacial desenvolvido pelo Brasil, favorecendo a sua entrada no mercado industrial do sector.
«Valeu a pena fazer parte desta missão», afirmou o primeiro astronauta brasileiro da História, após a aterragem da cápsula no deserto do Cazaquistão, na Ásia Central, às 00:48 de hoje (mesma hora em Lisboa).

O vaivém espacial Soyouz, que trouxe de volta à terra o primeiro astronauta brasileiro e os seus dois companheiros de viagem, o norte-americano William McArthur e o russo Valery Tolkarev, tinha partido da base de Baikonur, no Cazaquistão, a 30 de Março.

Tokarev foi o primeiro a sair da cápsula, seguido de Pontes e de MacArthur.

A operação respeitou todas as exigências técnicas e os programas estabelecidos, de acordo com o Centro de controlo espacial russo.

Os três viajantes beberam chá quente e foram embrulhados em cobertores e foram conduzidos a uma tenda médica para seus primeiros exames na Terra.

Quinze helicópteros e aviões do exército russo, assim como um avião-hospital e vários veículos todo-o-terreno, juntaram-se no local da aterragem, para prestar assistência aos astronautas, anunciou o general da aviação russa Vladimir Popov.

Numa localidade próxima do local de aterragem foi realizada uma cerimónia de boas-vindas.

Para além da emoção, esta missão abre às empresas brasileiras a possibilidade «de concluir paralelamente contratos de exportação, de forma a favorecer mais desenvolvimento tecnológico, um saldo positivo da balança comercial e mais empregos», explicou recentemente Marcos Pontes numa entrevista.

A viagem de um brasileiro à estação orbital estava a ser planeada desde 1997, após a assinatura de um acordo entre o Brasil e os Estados Unidos, nos termos do qual o Brasil, através da Agência Espacial brasileira, teria uma participação científica na ISS.

Pontes, oficial da Força Aérea brasileira treinado nos Estados Unidos, tinha programado voar à estação a bordo uma nave norte- americana, planos que foram afastados após a explosão do vaivém Columbia, em Fevereiro de 2003.

O Brasil e Rússia iniciaram então conversações para que Pontes pudesse viajar a bordo de um vaivém Soyuz.

Durante a sua permanência de oito dias a bordo da ISS, Marcos Pontes conduziu com sucesso oito experiências no domínio das biotecnologias, micro-electrónica, mecânica e biologia.

Pontes não teve problemas de adaptação durante a sua estada no espaço, de acordo com o ministério das Ciências e Tecnologias brasileiro.

O astronauta transportou para a ISS uma bandeira brasileira e uma camisola da selecção de futebol do seu país, para dar sorte à sua equipa no Mundial de Futebol Alemanha 2006, que se realiza no próximo Verão.

Levou ainda na sua bagagem uma réplica do chapéu de Santos Dumont, um dos primeiros aviadores brasileiros a quem dedicou a sua viagem.

A missão espacial brasileira foi criticada no Brasil, nomeadamente por cientistas, devido aos custos estimados em 10 milhões de dólares (cerca de 8.260.000 euros).

De acordo com o astrónomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, autor mais de 40 obras sobre a astronomia e o espaço, a iniciativa «não valeu nada» e foi uma «decisão precipitada», porque o Brasil deveria ter começado por desenvolver primeiro a sua própria nave.

À chegada à Terra, por seu lado, o astronauta russo Tokarev disse à agência russa Anatoly estar muito orgulhoso por ter completado a sua missão no espaço próximo do 45º aniversário do voo de do cosmonauta soviético Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a orbitar a Terra, que se celebra na quarta-feira.

McArthur e Tokarev foram substituídos na ISS pelo russo Pavel Vinogradov e pelo norte-americano Jeffrey Willians, que chegaram à estação com Pontes a 01 de Abril.

O programa espacial norte-americano depende dos russos para transporte de astronautas desde o desastre do Columbia.

Michael Griffin, administrador da NASA, disse hoje aos jornalistas no centro de controlo da missão russa que os Estados Unidos continuarão a contar com as naves espaciais russas para transporte de tripulação e carga, mas declinou dizer quanto os EUA pagam por este serviço.

«Os termos das nossas negociações são privadas», disse, salientando que os EUA trabalham para desenvolver uma nova nave espacial que «não estará pronta antes de 2010».

Diário Digital / Lusa

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