Detritos Espaciais - um problema cada vez maior
Fevereiro 22, 2007
Vera Gomes
(do sítio do Boletim Em Órbita)
"Um estágio superior Breeze-M explodiu em órbita terrestre criando mais de
1000 detritos espaciais.
A 28 de Fevereiro de 2006 o foguetão 8K82KM Proton-M/Breeze-M (53511/88515)
era lançado desde o Complexo LC200 PU-39 do Cosmódromo GIK-5 Baikonur,
Cazaquistão, transportano o satélite Badr-1 (Arabsat-4A) a bordo. Os três
estágios do foguetão lançador desempenharam a sua função sem qualquer
problema, mas a queima do estágio superior Breeze-M (88515) não correu como
previsto deixando o satélite numa órbita inútil. Após considerações iniciais
acerca de planos para salvar o satélite de comunicações utilizando a
gravidade lunar, foi decidido abandonar o Badr-1 e este acabou por reentrar
na atmosfera. Entretanto o estágio Breeze-M (88515) permaneceu em órbita com
os tanques quase cheiros de propolentes hipergólicos.
Os propolentes hipergólicos são altamente tóxicos e corrosivos, entrando em
ignição quando em contacto, não necessitando de um oxidante como o oxigénio
líquido. As membranas de isolamento que se encontram nas condutas dos
propolentes acabaram por sofrer os efeitos da corrosão devido à exposição
prolongada aos mesmos em órbita, levando a que entranssem em contacto e à
posterior explosão do veículo.
No dia 19 de Fevereiro, astrónomos amadores na Austrália detectaram uma
brilhante explosão em órbita que se assemelhava à combustão de um veículo no
espaço. Inicialmente era desconhecida a causa deste fenómeno, mas análises
posteriores levaram à determinação de que se tratava da mesma órbita onde se
encontrava o estágio Breeze-M (88515). Outras hipóteses sugeriram que o
veículo tería sido atingido por um micrometeoro, mas a explicação mais
lógica parece sugerir uma falha no mesmo relacionada com os seu propolente
(situação já anteriormente verificada em órbita com outros estágios
superiores).
O Comando Espacial norte-americano já detectou 1111 detritos em órbita.
Tendo em conta que somente os detritos superiores a 10 cm são detectados,
então pode-se concluir que o resultado da explosão será muito maior. O
número de detritos detectados será superior aos que resultaram da destruição
do satélite meteorolígico chinês Feng Yun-1C durante um teste anti-míssil no
passado mês de Janeiro.
A órbita dos detritos irá eventualmente fazer com que estes acabem por
reentrar na atmosfera, mas devido à sua altitude ainda deverão permanecer em
torno da Terra durante algum tempo."
"Um estágio superior Breeze-M explodiu em órbita terrestre criando mais de
1000 detritos espaciais.
A 28 de Fevereiro de 2006 o foguetão 8K82KM Proton-M/Breeze-M (53511/88515)
era lançado desde o Complexo LC200 PU-39 do Cosmódromo GIK-5 Baikonur,
Cazaquistão, transportano o satélite Badr-1 (Arabsat-4A) a bordo. Os três
estágios do foguetão lançador desempenharam a sua função sem qualquer
problema, mas a queima do estágio superior Breeze-M (88515) não correu como
previsto deixando o satélite numa órbita inútil. Após considerações iniciais
acerca de planos para salvar o satélite de comunicações utilizando a
gravidade lunar, foi decidido abandonar o Badr-1 e este acabou por reentrar
na atmosfera. Entretanto o estágio Breeze-M (88515) permaneceu em órbita com
os tanques quase cheiros de propolentes hipergólicos.
Os propolentes hipergólicos são altamente tóxicos e corrosivos, entrando em
ignição quando em contacto, não necessitando de um oxidante como o oxigénio
líquido. As membranas de isolamento que se encontram nas condutas dos
propolentes acabaram por sofrer os efeitos da corrosão devido à exposição
prolongada aos mesmos em órbita, levando a que entranssem em contacto e à
posterior explosão do veículo.
No dia 19 de Fevereiro, astrónomos amadores na Austrália detectaram uma
brilhante explosão em órbita que se assemelhava à combustão de um veículo no
espaço. Inicialmente era desconhecida a causa deste fenómeno, mas análises
posteriores levaram à determinação de que se tratava da mesma órbita onde se
encontrava o estágio Breeze-M (88515). Outras hipóteses sugeriram que o
veículo tería sido atingido por um micrometeoro, mas a explicação mais
lógica parece sugerir uma falha no mesmo relacionada com os seu propolente
(situação já anteriormente verificada em órbita com outros estágios
superiores).
O Comando Espacial norte-americano já detectou 1111 detritos em órbita.
Tendo em conta que somente os detritos superiores a 10 cm são detectados,
então pode-se concluir que o resultado da explosão será muito maior. O
número de detritos detectados será superior aos que resultaram da destruição
do satélite meteorolígico chinês Feng Yun-1C durante um teste anti-míssil no
passado mês de Janeiro.
A órbita dos detritos irá eventualmente fazer com que estes acabem por
reentrar na atmosfera, mas devido à sua altitude ainda deverão permanecer em
torno da Terra durante algum tempo."