O EGNOS trata-se de um serviço gratuito e é "o primeiro contributo da Europa para a navegação por satélite”, afirma a Comissão Europeia. É um precursor do Galileo, o sistema mundial de navegação por satélite que a União Europeia (UE) está a desenvolver.
Este sistema complementar aumenta a precisão dos sinais de navegação por satélite na Europa, sendo que a exactidão dos actuais sinais GPS passa de dez para dois metros.
O sistema é composto por vários "transponders", instalados em três satélites geoestacionários, e por uma rede terrestre com cerca de 40 estações de posicionamento e quatro centros de controlo, todos interligados. A área de cobertura do EGNOS inclui a maior parte dos países europeus e o sistema tem capacidade incorporada para cobrir outras regiões, como o Norte de África e os países vizinhos da UE.
O serviço aberto é acessível a qualquer utilizador equipado com um receptor compatível com GPS/SBAS dentro da área de cobertura do EGNOS, sendo que a maioria dos receptores actualmente vendidos na Europa satisfaz este requisito.
Bruxelas assegura que o sistema pode servir de suporte a novas aplicações em diversos sectores, como na agricultura, para a aplicação de fertilizantes com elevada precisão, ou então nos transportes, para as portagens rodoviárias automáticas ou os sistemas de seguro pago por utilização.
O EGNOS foi disponibilizado em sinal aberto em Outubro de 2009, para operações de navegação em que não havia vidas em risco, tais como a orientação pessoal, o seguimento de mercadorias ou a agricultura de precisão.
Depois de um minucioso processo de verificação e certificação, o serviço safety-of-life do EGNOS foi declarado operacional e pronto para a aviação civil europeia.
«Estamos muito orgulhosos da grande dedicação que a ESA dedicou ao EGNOS e muito satisfeitos por agora poder ser utilizado nos fins para que foi desenhado», disse Philippe Michel, responsável da ESA pelo projecto EGNOS.
«Pela primeira vez, graças ao EGNOS, é possível seguir uma orientação por satélite quer no domínio vertical quer no horizontal,» explicou Francisco Salabert da Eurocontrol.
"O EGNOS oferece à indústria de aviação a possibilidade de fazer aproximações verticais a aeroport
os pequenos, onde um sistema convencional de aterragem de precisão não é hoje em dia economicamente viável. A sua introdução vai diminuir os atrasos e os cancelamentos de voos, aumentando a segurança dos passageiros.»
Para que o EGNOS possa ser usado em aproximações, os fornecedores de serviços de navegação aérea devem introduzir novos procedimentos, os aviões têm de estar equipados com receptores certificados e os operadores têm de estar certificados para a utilização do serviço.
«A Eurocontrol está a coordenar a introdução do EGNOS na Europa,» acrescentou Francisco Salabert. «Já foram desenhados procedimentos de aproximação em vários aeroportos e heliportos e outros irão juntar-se à lista. Quanto às companhias de aviação, estamos a apoiar os primeiros a adoptar o sistema – chamamos-lhes os pioneiros do EGNOS»
Depois de seis anos de operações, o WAAS, o equivalente americano do EGNOS, está a ser usado por mais de 40 mil aviões, com mais de dois mil procedimentos registados.
Com 15 anos de desenvolvimento, o EGNOS é o resultado de um acordo tripartido entre a ESA, a Comissão Europeia e a Eurocontrol.
Como gestor primeiro do programa EGNOS, a ESA desenhou, certificou e contratou o desenvolvimento do sistema a um consórcio dirigido pela francesa Thales Alenia Space. A gestão global do programa passou para a Comissão Europeia em 2009. A gestão diária do sistema é feita pelo European Satellite Service Provider (ESSP), com base em Toulouse.
Cumprir os requisitos de segurança da aviação civil, estabelecidos pela Eurocontrol, foi um grande desafio para o serviço safety-of-life do EGNOS.
A ESA produziu grande parte da documentação técnica necessária à certificação de segurança formal, enquanto a Eurocontrol conduziu monitorizações independentes do desempenho do EGNOS.
O sistema final apresenta um elevado grau de robustez. Está garantido um nível mínimo de precisão no sinal do EGNOS, com uma taxa de erro de um para dez milhões. No caso de a fiabilidade descer abaixo deste nível, os utilizadores do sistema são alertados dentro de seis segundos.
A ESA está agora a actuar como contratante, pela Comissão Europeia, para as principais alterações no sistema EGNOS durante o seu tempo de vida útil. E prepara também, em conjunto coma Comissão Europeia, a próxima geração de EGNOS, esperada para 2020.
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