Não é a tecnologia... é outra coisa!
Setembro 05, 2016
Vera Gomes
Empresas privadas como a Planetary Resources e a Deep Space Industries estão já a planear missões espaciais para extracção de recursos de asteróides em meados da década de 2020. Apesar de parecer muito ficção científica, a realidade é que existem muitos poucos entraves tecnológicos que impeçam a extracção de recursos de corpos extraterrestres que vagueiam pelo espaço. Na realidade, o maior impedimento que existe é ... legal!
Este argumento foi já diversas vezes explorados nos últimos anos e tem gerado bastante controvérsia entre quem defende que os Tratados Internacionais existentes necessitam de ser actualizados para acomodar esta nova realidade, e quem defende que os Tratados tal como estão, são claros. (Relembro um post do astropolitica sobre o assunto aqui)
Contudo, é igualmente importante perceber quão sentido faz a exploração mineira de asteroides. "Os argumentos económicos para exploração mineira de asteróides são esmagadores", diz Peter Marquez, ex-director da política espacial para o presidente Obama e actual vice-presidente da Planetary Resources, numa entrevista à Popular Mechanics. "Na Terra estamos no fundo de um poço gravitacional, e é necessário uma quantidade enorme de energia e custos para levar tudo para o espaço. Cerca de US$10.000 por cerca de 450 gramas para se libertar da gravidade da Terra. Isso é US$10.000 por uma lata de Coca-Cola ", diz ele.
Acresce ainda que os asteróides são ricos numa grande variedade de recursos que qualquer missão espacial poderá precisar. Ao ultrapassar a necessidade das missões estarem equipadas com instrumentos que lhes permitam obter esses recursos, poderá reduzir drasticamente o custo das missões espaciais.